quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tempo Bifurcado

Elizabeth Magill

Um só dia durando pornográfico
nas tuas mãos traumáticas
dissolvendo erótico o aroma
do veneno deste amor penetrando

2 comentários:

Helena Figueiredo disse...

Gostei de movo de passar por aqui.
Gostos dos seus poemas que sendo lacónicos possuem uma intendidade admirável. Há neles aquilo que eu chamo uma clara obscuridade.
Parabéns!

Fica um poema, traduzido por mim, de um grande poeta austríaco: Georg Trakl.
Também este poeta é um poeta da intensidade.Um poeta divino.


A NOITE

Com figuras de heróis
Povoas a lua,
Os bosques silenciosos,
Lua crescente...
Com o doce abraço
Dos amantes,
A sombra dos tempos heróicos,
Os bolorentos penhascos à volta,
Tons azulados que resplandecem
Contra a cidade,
Onde, gelada e maliciosa,
Uma raça putrescente habita,
E prepara o artelho branco
Do futuro negro.

Ó sombras que devorais a lua!
Suspirando no cristal vazio
Do mar da serra.

Georg Trakl nasceu em Salzburg a 3.2.1887. Suicidou-se a 3.11.1914 em Krakau com uma dose excessiva de cocaína.

Trakl é considerado um dos representantes máximos do Expressionismo austríaco. A sua obra é marcada por uma forte melancolia, solidão, tristeza e busca de Deus. A morte, a ruína e a queda do Ocidente são temas centrais da sua profunda lírica, carregada de símbolos e metáforas. O Outono, a noite e a morte aparecem como motivos principais na sua poesia.

Mapas De Espelho ( Imagem Suzzan Blac) disse...

L.C. & H. F.,
Obrigada pelas suas palavras tão surpreendentes e pelo belo poema do Georg Trakl ( que imginava Russo). O Poema levou-me para as Metamorfoses do Ovídio ... depois irei qd encontrar a passagem ...
Vale.